O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu nesta sexta-feira (24) cinco ministros e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para debater estratégias que freiem a alta dos preços dos alimentos. Entre as decisões, o governo descartou adotar medidas consideradas “heterodoxas”, como tabelamento ou fiscalização direta, e aposta no impacto positivo de uma supersafra esperada para 2025.
“A expectativa é extremamente positiva. Com maior oferta, os preços tendem a cair”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao fim da reunião. Ele apresentou dados da Conab que indicam um crescimento de 8,2% na safra total deste ano, com destaque para o arroz, que deve registrar alta de 13%.
A inflação fechou 2024 em 4,83%, com os alimentos como principal vilão. Segundo Rui Costa, eventos climáticos severos – incluindo secas prolongadas e fortes chuvas – afetaram a produção em diversas regiões, especialmente no Rio Grande do Sul. Além disso, o dólar valorizado encareceu insumos agrícolas e incentivou exportações, reduzindo a oferta no mercado interno.
“O clima foi determinante, com impactos negativos em safras importantes, como a do arroz”, explicou Costa, destacando que a alta dos preços afetou diretamente o orçamento das famílias de baixa renda.
Além da supersafra, o governo avalia regulamentar o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), permitindo a portabilidade dos vales-alimentação e refeição, proposta que será analisada pelo Ministério da Fazenda.
Por outro lado, medidas como flexibilizar a validade de produtos – defendida por representantes da indústria alimentícia no modelo “Best Before” – foram rejeitadas.
Rui Costa foi enfático ao afastar qualquer possibilidade de intervenção direta nos preços. “Não haverá congelamento, tabelamento ou fiscais em supermercados. Essas propostas sequer foram apresentadas nesta ou em outras reuniões. Vamos trabalhar com o mercado e reforçar os estímulos à produção”, afirmou.
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