Publicado em 07/04/2025 às 09:10, Atualizado em 07/04/2025 às 13:38
Apresentado pelo presidente Lula (PT) como uma solução para "tirar o trabalhador do sufoco financeiro". Para os bancos, não para quem toma o crédito.
Anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como solução para aliviar o sufoco financeiro do trabalhador, o empréstimo consignado com garantia do FGTS vem se mostrando um excelente negócio — mas só para os bancos.
Vendida como uma alternativa “mais acessível” de crédito, essa modalidade permite que os bancos usem o saldo do FGTS como garantia. Isso significa que, se o trabalhador não conseguir pagar a dívida, a instituição financeira simplesmente retira o valor direto do seu fundo — ou seja, risco zero de calote para o banco.
Mas, se o risco é mínimo, por que os juros são tão altos?
💥 A taxa de juros pode chegar a 89% ao ano — isso mesmo, 89%! Para efeito de comparação:
Servidores públicos pagam, em média, 24,2% ao ano no consignado.
Aposentados do INSS: 23,2%.
Trabalhadores da iniciativa privada: entre 48,9% e 89% — mesmo com o FGTS como garantia!
🔍 O absurdo é claro: mesmo com o dinheiro em caixa como garantia, o trabalhador paga o dobro ou até o triplo do que outros públicos. Isso levanta uma pergunta: isso é ajuda ou exploração oficializada?
💸 Enquanto isso, o crédito pessoal comum — sem garantia nenhuma — teve, em janeiro de 2025, uma média de juros de 45,6% ao ano, segundo o Banco Central. Ou seja, o empréstimo com FGTS, mesmo garantido, sai mais caro do que aquele sem nenhuma garantia.
⚠️ Especialistas alertam: essa modalidade de crédito oferece risco duplo ao trabalhador. Ele pode:
Se afundar em dívidas;
E ainda perder o saldo do FGTS, que deveria ser uma reserva para emergências ou aposentadoria — não moeda de troca para lucros bancários.
📉 O resultado? Uma possível engenharia de empobrecimento lento, disfarçada de política social. Uma narrativa popular para justificar um modelo que, na prática, transfere renda da base da pirâmide para o topo do sistema financeiro.
❗ Fique atento antes de contratar qualquer empréstimo. Leia as letras miúdas, entenda os juros e questione as promessas. O “alívio” imediato pode se transformar numa bola de neve difícil de rolar morro acima.
Porque, até agora, quem está ganhando com força são os bancos. De novo.