Publicado em 28/07/2025 às 09:41, Atualizado em 28/07/2025 às 13:49
Enquanto potências globais firmam agendas comerciais com os EUA, senadores da base do governo Lula estão em solo americano, mas sem agenda com Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou nesta semana uma rodada estratégica de negociações comerciais com China, Japão e União Europeia, visando a revisão de tarifas e o fortalecimento da economia norte-americana. Em contraste, o Brasil ficou completamente de fora das conversas — sem qualquer convite, menção ou agenda com o governo americano.
A exclusão brasileira ocorre justamente no momento em que uma comitiva de senadores da base do presidente Lula está em viagem aos Estados Unidos. A missão, financiada com recursos públicos, não conta com encontros agendados com o presidente Trump nem com integrantes relevantes do alto escalão da Casa Branca.
Nos corredores de Brasília e nas redes sociais, a viagem tem sido duramente criticada. Parlamentares da oposição e analistas políticos apontam que a ausência de interlocução com o governo americano expõe o isolamento diplomático do Brasil. “Será uma viagem de turismo bancada com dinheiro público”, ironizou um congressista.
Enquanto isso, Trump tem se mostrado atuante e pragmático. Nos últimos dias, recebeu representantes da China para discutir novos termos comerciais, se reuniu com autoridades japonesas e já anunciou conversas com membros da União Europeia para revisar acordos e buscar maior equilíbrio na balança comercial dos EUA.
A falta de protagonismo brasileiro nas relações com Washington contrasta com o passado recente, quando o país era visto como um interlocutor estratégico. A atual postura do governo Lula, alinhada a regimes considerados adversários dos EUA, pode estar influenciando diretamente o distanciamento.
Mesmo com a presença de senadores governistas nos Estados Unidos, a viagem segue sem resultados práticos ou declarações de impacto. Sem encontros com Trump e sem perspectivas de avanços comerciais, a missão oficial parece ter se esvaziado de propósito — e pode reforçar a percepção de que, nas relações com a Casa Branca, o Brasil está cada vez mais irrelevante.