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PF mira em espionagem e homicídios por encomenda em ação contra esquema de venda de sentenças

15 mandados são cumpridos em MT, SP e MG nesta manhã na 7ª fase da Opereação Sisamnes

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Divulgação PF

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 28, a sétima fase da Operação Sisamnes, para investigar os possíveis mandantes e autores do homicídio de um advogado em 2023, em Cuiabá (MT).

Durante as investigações, a PF identificou uma organização criminosa responsável pela prática de crimes como espionagem e homicídios sob encomenda.

Esquema de venda de sentenças

A ação desta quarta tem ligação com o assassinato do advogado Roberto Zampieri, executado com 10 tiros na capital matrogrossense, em 2023.

Com a investigação desse caso, a polícia descobriu um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e no STJ

Ações

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o cumprimento de cinco mandados de prisão preventiva, quatro de monitoramento eletrônico e seis mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.

Também foram autorizadas medidas cautelares de recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato e saída do País, incluindo o recolhimento dos passaportes.

As identidades dos alvos destes mandados ainda não foram reveladas.

Fases da Operação Sisamnes

Na primeira fase da Operação Sisamnes, em novembro do ano passado, a PF prendeu o empresário Andreson Gonçalves, o "lobista dos tribunais", e fez buscas em endereços de auxiliares de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os servidores foram afastados e também são investigados administrativamente.

No mês seguinte, na segunda fase da Operação, que passou a investigar operações imobiliárias suspeitas, servidores do Poder Judiciário foram afastados das funções e o STF determinou o sequestro de imóveis de um magistrado.

Em março, em novos desdobramentos da Sisamnes, a PF mirou em um núcleo que estaria envolvido na venda de informações sigilosas de investigações no STJ. Foi identificada uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas sobre o andamento de investigações sensíveis supervisionadas pelo STJ, o que frustrava a efetividade de operações policiais.

Em 13 de maio, na quinta fase da Sisamnes, que visava aprofundar a investigação de crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa, a PF identificou uma rede financeira-empresarial de lavagem de dinheiro criada para ocultar pagamentos de supostas propinas para a compra de decisões judiciais do STJ.

Durante esta fase, os policiais apontaram quatro modalidades de lavagem de dinheiro: saques e depósitos em espécie, uso de contas de passagem, emissão de boletos sem lastro real e operações de câmbio paralelo por meio de doleiros. A PF também apresentou registros de transferências financeiras envolvendo servidores investigados, cujos rendimentos oficiais não condizem com o padrão de vida identificado. 11 mandados foram cumpridos e valores no montante aproximado de R$ 20 milhões.

As apurações da quinta fase começaram após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto quando saía do escritório onde trabalhava, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, em dezembro de 2023. 

No celular apreendido com o advogado, a polícia encontrou conversas que indicavam acesso indevido a decisões judiciais e possível influência nos resultados dos processos.

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