A Polícia Federal (PF) afirmou que José Ferreira da Silva, o Frei Chico — irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — não é investigado na Operação Sem Desconto, deflagrada na última quarta-feira (23) para apurar fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A declaração foi feita pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, durante entrevista ao canal ICL Notícias, e reiterada por meio de nota oficial da corporação.
Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), entidade que aparece entre as alvos de auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU), mas que, segundo a PF, não foi alvo direto da operação, tampouco seus dirigentes. “O sindicato não foi alvo de busca e apreensão, tampouco seus dirigentes”, disse Rodrigues. Questionado sobre o irmão do presidente, foi categórico: “Frei Chico não é foco da operação.”
Sindicato recebeu R$ 77 milhões em 2024 e está sob auditoria da CGU
O Sindnapi, mesmo sem ser alvo de buscas ou mandados, está sob medidas administrativas da CGU, que apontou possíveis irregularidades na cobrança de contribuições de associados. Apenas em 2024, o sindicato recebeu cerca de R$ 77 milhões em repasses de contribuições de aposentados e pensionistas — valores agora sob análise da Controladoria.
A CGU determinou a suspensão temporária do repasse de verbas ao Sindnapi, como medida preventiva, até a conclusão das apurações. A Polícia Federal, no entanto, destacou a distinção entre sanções administrativas e responsabilizações criminais. “Suspensões da CGU não significam necessariamente envolvimento criminal direto”, ressaltou a corporação.
Esquema envolve 11 sindicatos e desvio estimado em R$ 6,3 bilhões
Segundo as investigações da PF, ao menos 11 sindicatos participavam de um esquema que envolvia a cobrança de taxas sem autorização dos beneficiários, uso de documentos falsificados e outras práticas ilícitas. O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões, em valores desviados por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
A operação focou na apreensão de celulares, computadores e documentos em entidades sindicais suspeitas.
Nenhuma dessas ações incluiu o Sindnapi ou seus dirigentes — reforçando a posição da PF de que Frei Chico não figura entre os investigados até o momento.
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