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OPERAÇÃO TROMPER – Investigados tentam comemorar, mas decisão mantém delator obrigado a colaborar com as investigações.

Justiça suspende delação por 90 dias, mas não encerra acordo; ex-servidor segue vinculado ao Ministério Público e pode ser acionado a qualquer momento

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A Operação Tromper mira um esquema de corrupção em Sidrolândia - Foto José Pereira / SN

A delação premiada que poderia expor os bastidores de um suposto esquema milionário de corrupção envolvendo agentes públicos de Sidrolândia e Campo Grande foi suspensa temporariamente. O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva decidiu "congelar" por 90 dias o acordo firmado entre o Ministério Público e Thiago Basso da Silva, ex-chefe do setor de compras da Prefeitura de Sidrolândia, no âmbito da Operação Tromper.

Nos bastidores, investigados teriam interpretado a suspensão como uma vitória, comemorando o que entenderam como um alívio diante das acusações. No entanto, especialistas em direito ouvidos pela reportagem apontam que a comemoração pode ser precipitada. Isso porque a decisão judicial não encerra o acordo, mas o coloca em um “arquivo provisório”, mantendo Thiago Basso legalmente obrigado a continuar colaborando com as investigações sempre que for requisitado.

Segundo juristas, se o acordo fosse encerrado agora, Basso não teria mais obrigação de prestar novos esclarecimentos, o que enfraqueceria a apuração dos fatos. Ao prorrogar por mais 90 dias, o juiz, na prática, mantém vivo o processo investigativo e assegura que o colaborador continue à disposição do Ministério Público.

A Operação Tromper mira um esquema de corrupção com ramificações em diferentes esferas do poder público e tem como principal alvo o ex-vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB), suspeito de liderar o grupo. A decisão da Justiça mostra que, embora o ritmo das investigações possa ter mudado, elas estão longe de acabar.

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