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Bolívia dá fim a duas décadas de hegemonia de esquerda e avança para segundo turno com força da direita

Após 20 anos de hegemonia do MAS, país viverá guinada política com candidatos de centro-direita e direita

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A Bolívia vive um momento histórico em sua política. As eleições gerais realizadas neste domingo (17) marcaram o fim de cerca de duas décadas de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS), partido fundado por Evo Morales. Pela primeira vez desde 2005, a legenda de esquerda não estará no segundo turno presidencial, que será disputado exclusivamente por candidatos de direita e centro-direita.

Resultados da votação de acordo com os resultados preliminares:

Rodrigo Paz Pereira (Partido Democrata Cristão) surpreendeu e liderou a disputa com cerca de 32% dos votos.

Em segundo lugar, ficou o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, de perfil conservador, com aproximadamente 27%.

O MAS, com Eduardo del Castillo, obteve menos de 4%, registrando a pior derrota de sua história.

O voto nulo, incentivado por Evo Morales, atingiu cerca de 19%, percentual recorde no país.

Com esse cenário, nenhum candidato atingiu os requisitos para vencer no primeiro turno (50% dos votos válidos ou 40% com 10 pontos de vantagem), levando a disputa para o segundo turno marcado para 19 de outubro.

Virada histórica

O resultado simboliza uma guinada política na Bolívia, encerrando o ciclo de governos de esquerda que teve início em 2006 com Evo Morales e se manteve com Luis Arce. A crise econômica, a inflação elevada e a divisão interna no MAS contribuíram para a queda do partido.

O que está em jogo

Rodrigo Paz defende um governo de consenso, descentralização e combate à corrupção, atraindo eleitores jovens e setores populares.

Quiroga aposta em privatizações, reformas liberais e maior aproximação com organismos internacionais como FMI e Banco Mundial.

A disputa promete ser acirrada em um país que enfrenta inflação superior a 16%, escassez de combustíveis e alimentos, além da queda das reservas internacionais.

O segundo turno da Bolívia não decidirá apenas um novo presidente, mas também um novo rumo político e econômico para o país, após duas décadas de hegemonia da esquerda. O pleito de outubro será determinante para definir se a nação seguirá uma agenda de centro-direita moderada ou um caminho mais liberal e conservador.

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